A insatisfação de auditores fiscais com Haddad pelo comando da Receita
A categoria reclama de falta de interlocução com o futuro ministro da Fazenda, que já escolheu quem vai comandar o Fisco
A condução de Fernando Haddad sobre a escolha de quem comandará a Receita Federal na próxima gestão tem provocado insatisfação na categoria, que tem reclamado da falta de abertura a conversas sobre a indicação do próximo secretário da pasta. O futuro ministro da Fazenda, aliás, já acertou o nome do próximo chefe do Fisco, mas ainda não fez o anúncio publicamente.
A categoria de auditores fiscais sonha em implementar a lista tríplice do Sindifisco, ignorada pelas últimas gestões e entregue na semana passada ao futuro secretário-executivo, Gabriel Galípolo. O primeiro nome sugerido pela categoria é o auditor Dão Real, que já classificou como “Frankenstein” o projeto da reforma tributária defendido por Bernard Appy, o futuro secretário especial para reforma tributária. Completam a lista Kleber Cabral e Henrique Jorge Freitas da Silva.
A reforma tributária foi elencada como uma das prioridades da equipe econômica de Lula. Mas parte a categoria acredita que o projeto pode travar no Congresso sem um secretário da Receita que articule em favor da proposta.
Fora da lista, o ex-secretário da Fazenda do Maranhão Marcellus Ribeiro Alves tem sido defendido pelo ex-governador Flávio Dino, futuro ministro da Justiça, e também por diretores sindicais.
Após a publicação desta nota, o Sindifisco enviou a seguinte manifestação, assinada pelo presidente da entidade, Isac Falcão:
A direção do Sindifisco Nacional foi recebida na semana passada (16/12) pelo futuro secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, no CCBB, em Brasília.
O diálogo com o secretário executivo, que durou cerca de uma hora e meia, foi extremamente profícuo. Os diretores do sindicato apresentaram um “raio-x” da Receita Federal; alertaram sobre os gargalos e o processo de desmonte do órgão, desencadeado pela atual Administração; denunciaram o aparelhamento político da instituição durante o governo Bolsonaro; e anunciaram as demandas reivindicatórias dos Auditores-Fiscais.
Na ocasião, foi formalizada a entrega da lista tríplice da categoria ao secretário executivo. Os representantes do sindicato também defenderam que o nome a ser escolhido para dirigir a Receita Federal seja necessariamente um Auditor-Fiscal, tenha competência técnica e possua um profundo conhecimento das especificidades e da estrutura interna do órgão.
O relato correto da reunião foi divulgado nos veículos do sindicato, em matéria aberta para informar à categoria, na própria sexta-feira. Por esse motivo, a diretoria do Sindifisco Nacional foi surpreendida nesta terça-feira (20/12) pela nota “A insatisfação de auditores fiscais com Haddad pelo comando da Receita”, publicada pela coluna Radar, da revista Veja.