Ameaçado por um pedido de abertura de inquérito junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e sentindo-se ameaçado no cargo, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, viajou a Manaus — epicentro de crise sanitária de coronavírus no Brasil — sem data para voltar.
Segundo interlocutores da Saúde ouvidos por VEJA, a decisão de Pazuello para viajar até a capital amazonense ocorreu após o procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitar ao STF investigação para apurar a conduta do ministro durante a crise de oxigênio no maior estado do Brasil.
O ministro já vinha sendo orientado a transferir o seu gabinete para Manaus desde que apagão de oxigênio eclodiu, na semana passada.
Acompanhado de assessores, como Airton “Cascavel” Soligo, o ministro deve decidir a data de retorno ao longo desta semana. Fontes ouvidas reservadamente afirmam que a a ideia do ministro é reverter o quadro de “fritura” gerado pela situação de caos diante da pandemia do coronavírus.
A assessores, Pazuello teria revelado, além do incômodo com o pedido de inquérito feito pela PGR, mal-estar com ações que tramitam no Supremo que pedem o seu afastamento do cargo.
Na última quinta-feira, diante de um pedido semelhante, o ministro Ricardo Lewandowski rejeitou uma ação da Rede que solicitava o afastamento do ministro do cargo — o magistrado considerou que a prerrogativa de demitir ministro de estado compete apenas ao presidente da República.