Armas, viaturas e obras: o pacote do governo para crise de segurança no RN
União vai assumir projetos de construção civil das polícias estaduais e investir R$ 100 milhões para novos equipamentos
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, foi a Natal nesta segunda-feira anunciar um pacote de socorro do governo federal ao Rio Grande do Norte. A União vai se responsabilizar pelas obras das sedes do Complexo da Polícia Civil, do Regimento da Cavalaria da Polícia Militar e do Instituto de Polícia Científica.
“Essas despesas serão assumidas pelo governo federal, pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, que vai permitir que a senhora governadora dirija esses recursos que iriam para essas obras para aquisição de viaturas e de armamentos imediatamente. Portanto, nós estamos liberando capacidade de investimento”, disse o ministro Flávio Dino, em coletiva de imprensa.
O ministro também anunciou a injeção de 100 milhões de reais provenientes do Fundo Nacional de Segurança Pública e do Fundo Nacional Penitenciário, além do recurso já projetado para o Estado. A verba será destinada a partir da próxima semana e deve ser utilizada até 2024.
“Nós estamos também destinando recursos para o sistema penitenciário”, anunciou Dino. “É uma demanda fundamental para que haja superação desse quadro de crise. Esses recursos serão destinados à construção de uma nova unidade e ampliação da base das unidades já existentes”, seguiu.
Em meio a crise no sistema penitenciário, uma facção criminosa promoveu centenas de ataques a prédios públicos, estabelecimentos comerciais e veículos. Um policial penal foi morto na sexta-feira passada. Comerciantes e pessoas supostamente envolvidas com o crime organizado também morreram nos tiroteios.
A governadora Fátima Bezerra disse que o recurso será usado para o aumento de efetivo. A verba também irá equipar as forças de segurança com armamento de longo calibre (carabinas) e mais viaturas.
“Cem milhões de reais inicialmente para que a gente possa justamente fortalecer as nossas ações de segurança. Isso significa o que? Mais policiais nas ruas”, informou Fátima. “Quero aqui, inclusive, comunicar que já fizemos o pedido ao ministro e o pedido foi acolhido de prorrogar a presença da Força de Segurança Nacional no nosso Estado”, acrescentou.
Junto ao efetivo policial do Rio Grande do Norte, 700 agentes da Força Nacional tentam controlar a crise gerada pelo crime organizado no Estado. O terror iniciou na terça-feira passada, 14, quando a facção promoveu mais de 100 ataques violentos.