Na decisão que autorizou a operação deflagrada nesta segunda-feira pela Polícia Federal contra Carlos Bolsonaro e outros alvos, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, destacou que a investigação apontou a existência do “núcleo político” da chamada “Abin paralela” a partir de um pedido realizado pelo filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, por meio de sua assessora Luciana Almeida, ao então diretor do órgão, Alexandre Ramagem, através de Priscilla Pereira e Silva.
“Destaca-se que conforme se depreende da IPJ 183071/2024 que a comunicação entre os investigados Del. ALEXANDRE RAMAGEM e CARLOS BOLSONARO se dá precipuamente por meio de seus respectivos assessores“, diz um trecho da representação policial reproduzida por Moraes.
Em sua manifestação ao STF, a Procuradoria-Geral da República também assinalou que a autoridade policial estabeleceu que “a Sra. Luciana Almeida, antiga assessora de Carlos Bolsonaro, operara como intermediadora das demandas do interesse do Vereador a Alexandre Ramagem”.
Moraes destacou ainda a conclusão da PF de que a intermediação por meio de assessoras, e não diretamente entre os investigados, “corroborou ainda mais o zelo em relação aos vestígios das condutas delituosas”.