Bolsonaro diz que Tereza Cristina é ‘cotadíssima’ para ser sua vice
Questionado sobre possível troca, o presidente disse que o general Braga Netto também é 'cotadíssimo', e que nome está 'praticamente acertado'
Líder na mais recente pesquisa para o Senado no Mato Grosso do Sul, a ex-ministra da Agricultura e deputada federal Tereza Cristina (PP) voltou a ser citada como possível vice na chapa de Jair Bolsonaro à reeleição, no lugar do general Walter Braga Netto, antes tido como certo para a vaga.
Questionado há pouco em uma entrevista à jornalista Leda Nagle sobre a possível troca, noticiada pela imprensa, Bolsonaro não negou e disse que tanto Braga Netto quanto Tereza Cristina são “cotadíssimos”, mas que o martelo ainda não está batido.
Nas últimas semanas, no entanto, o presidente vinha respondendo que seu vice estava escolhido e era natural de Minas Gerais — o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa nasceu em Belo Horizonte.
“Eu nem falei que é o Braga Netto meu vice. Como é que eu vou trocar? Eu vou trocar de esposa se eu nem casei ainda. Até três semanas atrás bateram muito aqui no ministro Carlos França, que ele seria trocado. Toda semana inventam uma fofoca”, declarou.
Na sequência, ele destacou que Braga Netto “ficou muito conhecido” na “passagem marcante pelo Rio de Janeiro”, durante a intervenção federal na segurança pública do estado, em 2018, e depois foi trabalhar na Casa Civil no seu governo, onde fez “um trabalho excepcional” em um “ministério difícil”.
A entrevistadora então perguntou se Bolsonaro gostaria de ter o general como seu vice, ao que ele respondeu:
“Cotadíssimo, cotadíssimo”.
Leda então repetiu a questão, agora sobre sua ex-ministra da Agricultura.
“Cotadíssima, excelente pessoa também, excelente pessoa”, afirmou o presidente.
Bolsonaro disse então que “eles” querem fazer uma briga “homem x mulher” e que vão querer falar que ele prefere não uma mulher, mas um homem, ou então “tumultuar o que eu já tô fazendo em Brasília”.
“Eu entendo que uma escolha de vice, diferentemente do que aconteceu em 2018, foi muito corrido, não deu tempo de a gente se conhecer melhor, né?, o vice é quase um casamento, é quem vai me substituir, se eu for reeleito, né?, aqui. Eu viajar tranquilo, estar todo dia conversando comigo”, ponderou.
O presidente afirmou em seguida que o nome da pessoa que será vice na sua chapa “está praticamente acertado”, mas disse que não o revelou para ninguém ainda. E então fez elogios a Tereza e seu “poder de articulação”, lembrando também da sua possível candidatura ao Senado.
“Você falou Tereza Cristina, sim, excelente nome. Agora Mato Grosso do Sul tá muito bem servido com a Tereza Cristina, também, caso ela confirme a candidatura dela ao Senado. O possível primeiro suplente para a Tereza Cristina é uma pessoa que foi meu soldado lá em Nioaque, em 1979. A Tereza Cristina é um nome excepcional para o Senado, como é excepcional para ser vice também, pelo seu poder de articulação. Mas não está batido o martelo sobre o nome dela nem sobre o Braga Netto”, concluiu.
Instado a falar sobre sua relação com o atual vice, Hamilton Mourão, o presidente disse que a escolha pelo general em 2018 “foi a toque de caixa” e que ele “tem uma personalidade muito forte”.
“Dava suas opiniões de forma independente, e a imprensa deitava e rolava em cima disso”, comentou. “Então não teve nenhum atrito forte com o Mourão. Hoje eu torço por ele, até ajudo muito nessa pré-campanha ao Senado que ele faz lá pelo Rio Grande do Sul, e tudo bem, a gente toca o barco aí, espero que dê certo”, acrescentou Bolsonaro.