Bolsonaro faz tributo na ONU a ministro da Agricultura da ditadura militar
Citado pelo presidente, Alysson Paulinelli chefiou a pasta no governo Geisel, entre 1974 e 1979, e foi indicado ao Nobel da Paz no ano passado
O presidente Jair Bolsonaro aproveitou o discurso que fez nesta terça na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, para fazer um “tributo” a um ministro da ditadura militar, que foi indicado ao Nobel da Paz no ano passado. Trata-se de Alysson Paulinelli, que chefiou o Ministério da Agricultura durante todo o governo de Ernesto Geisel, de 1974 a 1979.
O mandatário brasileiro falava do atual papel do país na produção de alimentos como um dos maiores exportadores mundiais e disse que “isso só foi possível graças a pesados investimentos em ciência e inovação, com vistas à produtividade e à sustentabilidade”.
“Faço aqui um tributo à pessoa de Alysson Paulinelli, candidato brasileiro ao Prêmio Nobel da Paz, por seu papel na expansão da fronteira agrícola brasileira com o uso de novas tecnologias. Este ano, o país já começou a colheita da maior safra de grãos da nossa história. Estima-se pelo menos 270 milhões de toneladas. O Brasil também, em poucos anos, passará de importador a exportador de trigo”, declarou Bolsonaro.
“Para o período 2022/2023, a previsão é que a produção total ultrapasse os 300 milhões de toneladas. Como afirmou a Diretora-Geral da Organização Mundial do Comércio, em recente visita que nos fez, se não fosse o agronegócio brasileiro, o planeta passaria fome, pois alimentamos mais de 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo. O nosso agronegócio é orgulho nacional”, complementou o presidente, em aceno a um setor que apoia majoritariamente a sua reeleição.
Paulinelli, que foi deputado constituinte pelo PFL, tem 86 anos e, no ano passado, discursou durante o lançamento do Plano Safra 2021-2022, no Palácio do Planalto, recebendo homenagens de Bolsonaro e da então ministra da Agricultura, Tereza Cristina.