Jair Bolsonaro aproveitou há pouco uma cerimônia no Planalto para reclamar da decisão da Segunda Turma do STF que manteve a decisão do TSE que cassou o deputado estadual bolsonarista Fernando Francischini (União Brasil-PR), por espalhar fake news sobre as eleições de 2018.
O colegiado derrubou nesta terça a canetada de Nunes Marques que liberava o parlamentar paranaense a voltar ao mandato.
“Pode alguém ser punido por fake news? ‘Olha, ele tá espalhando fake news…’. E se esse fake news não for fake news, for uma verdade? Pior ainda. Enquanto aqui a gente tá num evento voltado pra fraternidade, amizade, amor, compaixão, aqui do outro lado da Praça dos Três Poderes uma Turma do Supremo Tribunal Federal, por 3 a 2, mantém a cassação de um deputado acusado, em 2018, de espalhar fake news”, declarou o presidente.
Bolsonaro disse na sequência que o que Francischini falou na livre sobre as supostas irregularidades nas urnas eletrônicas, ele próprio também disse para todo mundo, “que estava havendo fraude na eleição de 2018”, repetindo a história de que quando eleitores apertavam a tecla 1, aparecia o 3, completando o 13 do PT.
E aproveitou para mais uma vez atacar o jornalismo profissional:
“Não existe tipificação penal para fake news. Se for pra punir a fake news com a derrubada de páginas, fecha a imprensa brasileira, que é uma fábrica de fake news, em especial O Globo, Folha…”.
Em mais ataques ao TSE, ele voltou a dizer que as Forças Armadas foram convidadas para participar de uma comissão de transparência eleitoral e que o tribunal teria ignorado sugestões para combater vulnerabilidades.
“Não gostaram. ‘Eleição é coisa para forças desarmadas’. Convidar-nos pra quê, ora bolas? Pra fazer papel do quê? Eu sou o chefe das Forças Armadas. Nós não vamos fazer o papel de idiotas. Eu tenho a obrigação de agir […] Eu não vou viver como um rato. Tem que haver uma reação”, declarou, acrescentando que a população, se discordar, deve se preparar para ser “prisioneira sem algemas”.