Brasil se junta a Colômbia e México para reforçar pedido à Venezuela
Em comunicado conjunto, os três países fizeram "chamado" às autoridades eleitorais para que divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação
As presidências do Brasil, da Colômbia e do México divulgaram há pouco um comunicado conjunto sobre as eleições presidenciais da Venezuela, realizadas no último domingo, e reforçaram o pedido para que as autoridades eleitorais do país divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação, posição adotada pelo governo Lula desde segunda-feira.
Na madrugada seguinte ao pleito, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela declarou a vitória do presidente Nicolás Maduro, mas o resultado é questionado pela oposição e por boa parte da comunidade internacional.
A nota diz que os três países acompanham o processo de escrutínio de votos “com muita atenção” e que “as controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional”. “O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados”, afirma o texto.
Os governos comandados por Lula, Gustavo Petro e Andrés Manuel López Obrador fizeram ainda um “chamado” aos “atores políticos e sociais” venezuelanos, sem citar nominalmente nenhum deles, a exerceram “a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos”, para evitar uma escalada de episódios violentos. E se colocaram à disposição para apoiar “esforços de diálogo e busca de acordos que beneficiem o povo venezuelano”.
Leia a seguir o comunicado na íntegra:
Os governos do Brasil, Colômbia e México felicitamos e expressamos nossa solidariedade com o povo venezuelano, que compareceu massivamente às urnas em 28 de julho para definir seu próprio futuro.
Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação.
As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados.
Nesse contexto, fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos.
Manter a paz social e proteger vidas humanas devem ser as preocupações prioritárias neste momento.
Que esta seja uma oportunidade para expressar, novamente, nosso absoluto respeito pela soberania da vontade do povo da Venezuela. Reiteramos nossa disposição para apoiar os esforços de diálogo e busca de acordos que beneficiem o povo venezuelano.