Mais de 40 dias após ser instalado, o Conselho de Ética da Câmara teve sua primeira reunião nesta terça-feira e abriu processos contra sete deputados por quebra de decoro parlamentar. Na lista, estão quatro nomes ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, entre eles o seu filho 03, e três apoiadores do governo Lula, de partidos de esquerda.
Quatro representações são contra deputados do PL. Carla Zambelli (SP) responde por xingamentos a Duarte Jr (PSB-MA), durante reunião da Comissão de Segurança. Já Eduardo Bolsonaro (SP) irá se explicar por ter ameaçado “enfiar a mão na cara” do deputado Dionilso Marcon (PT-RS) na Comissão do Trabalho.
O deputado Nikolas Ferreira (MG) foi denunciado por “falas transfóbicas”, do episódio em que vestiu uma peruca e se apresentou como “deputada Nikole” e José Medeiros (MT) foi acusado de ter intimidado a presidente do PT Gleisi Hoffmann (PR).
Três processos foram abertos contra deputados de esquerda. Talíria Petrone (PSOL-RJ) foi denunciada por ter chamado Ricardo Salles (PL-SP) de “bandido”, durante a CPI do MST. Já Juliana Cardoso (PT-SP) disse que os deputados que votaram a favor da urgência do projeto do marco temporal para demarcação de terras indígenas são “assassinos”.
Aliado do ministro da Justiça Flávio Dino, Márcio Jerry (PCdoB-MA) foi acusado de assediar a deputada Juliana Zanatta (PL-SC) na Comissão de Segurança Pública.
O presidente do colegiado, Leur Lomanto Júnior (União-BA), também sorteou nesta terça a lista tríplice de parlamentares que podem relatar os casos. Ele escolherá um dos três deputados como relator dos casos. Parlamentares dos mesmos estados e partidos dos denunciados foram excluídos do sorteio.