A Chancelaria da Colômbia divulgou há pouco uma declaração conjunta do país com o Brasil e o México sobre as eleições na Venezuela, reforçando os pleitos da nota emitida na semana passada pelos presidentes dos três países, Gustavo Petro, Lula e Andrés Manuel López Obrador, para que as autoridades eleitorais do país divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação.
A nota desta quinta-feira informa que os chanceleres se reuniram virtualmente nesta quarta para discutir a situação no país comandado por Nicolás Maduro, que foi declarado reeleito pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, resultado questionado pelo candidato de oposição, Edmundo González, que se proclamou presidente eleito.
No comunicado, os ministros dizem considerar fundamental que os resultados sejam divulgados discriminados por postos de votação e afirma quem o CNE é o órgão responsável pela “divulgação transparente dos resultados eleitorais”, citando o processo iniciado no Supremo Tribunal de Justiça do país.
Leia a seguir a tradução da declaração conjunta, que ainda não havia sido divulgada pelo Itamaraty até a publicação desta nota:
Bogotá, Colômbia, 8 de agosto de 2024
Os ministros de Relações Exteriores do Brasil, Colômbia e México, por ordem de seus respectivos presidentes, se reuniram virtualmente ontem, 7 de agosto de 2024, para continuar a discutir a situação atual na Venezuela.
Consideram fundamental que o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) apresente os resultados das eleições presidenciais de 28 de julho de 2024, discriminados por posto de votação. Ao tomando nota do processo iniciado perante o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela (TSJ) relativo ao processo eleitoral, partem da premissa de que o CNE é o órgão responsável, por mandato legal, pela divulgação transparente dos resultados eleitorais.
Reafirmam a conveniência de que se permita a verificação imparcial dos resultados, respeitando o princípio fundamental da soberania popular. Além disso, reiteram o apelo aos atores políticos e sociais do país para que exerçam a máxima cautela e moderação nas manifestações e eventos públicos e e às forças de segurança do país para que garantam o pleno exercício deste direito democrático dentro dos limites da lei. O respeito pelos Direitos Humanos deve prevalecer em qualquer circunstância.
Expressando, mais uma vez, o seu respeito pela soberania e vontade do povo venezuelano, anunciam que continuarão com as conversações de alto nível e enfatizam a sua convicção e confiança de que as soluções para a situação atual devem surgir da Venezuela. Neste sentido, reiteram a sua vontade de apoiar os esforços de diálogo e a busca de entendimentos que contribuam para a estabilidade política e a democracia no país.