Cid confirma versão de coronel sobre monitoramento de Moraes
Determinações do ex-presidente Bolsonaro tinham, segundo o tenente-coronel e Marcelo Câmara, somente finalidade de averiguar a agenda do ministro

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, conduziu nesta quarta-feira um procedimento de acareação entre o delator da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022, o tenente-coronel Mauro Cid, e o ex-assessor de Jair Bolsonaro, Marcelo Câmara.
Em seu depoimento, Cid confirmou a versão do coronel Câmara, que apontou que o ex-presidente solicitou, de fato, o monitoramento de Moraes, à época presidente do TSE.
Ambos os investigados reiteraram, contudo, conforme haviam dito em depoimentos anteriores, que a determinação de Bolsonaro era apenas para uma verificação de agenda do ministro.
Naquele período, segundo Cid e Câmara, Bolsonaro suspeitava que Moraes estava realizando encontros com o então vice-presidente, general Hamilton Mourão, em São Paulo.
Câmara também ressaltou que os pedidos de Bolsonaro para o monitoramento de Moraes eram sempre “pontuais”, e que jamais foram realizados para qualquer tipo de operação.
Tanto Cid quanto Câmara são réus na ação penal que investiga uma trama golpista para manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral para Lula, em 2022.
A acareação foi marcada por Moraes, relator das quatro ações penais existentes sobre a tentativa de golpe, a pedido da defesa de Câmara, que acusou Cid de mentir em suas delações.