Como a ausência de Lira no ato do 8 de Janeiro foi avaliada na Câmara
Deputado ligou para Lula e avisou que não compareceria à cerimônia devido a problemas de saúde de seu pai, Benedito de Lira

No ato Democracia inabalada, realizado nesta segunda-feira, 8, no Salão Negro do Congresso, em memória à resistência dos Três Poderes diante dos ataques golpistas de 8 de janeiro do ano passado, nenhuma ausência chamou mais atenção que a de Arthur Lira.
Quem observou o ambiente a partir desse contexto comentou, com algum espanto, que a Câmara, igualmente atacada um ano atrás, assim como o Senado, o Palácio do Planalto e o STF, não teve representante no palco do ato. Nenhum integrante da Mesa Diretora da Câmara compareceu para representar a Casa. Nenhum deputado discursou.
Lira telefonou para Lula avisando que não viajaria a Brasília devido a problemas de saúde do seu pai, o prefeito de Barra de São Miguel e ex-senador, Benedito de Lira.
Mesmo assim, comentou-se nos bastidores do ato que, se o deputado realmente quisesse ir, mesmo com restrição de tempo, viajaria no avião da FAB a que tem direito como presidente da Câmara para um bate-volta, regressando a Alagoas em seguida à cerimônia.
Na busca de uma explicação política para a ausência de Lira, citou-se na Câmara que a relação do alagoano com seu eleitorado interno, em boa parte composto pelo Centrão e por estratos bolsonaristas da Casa, pode ter pesado na decisão. Muitos parlamentares dos dois grupos enxergaram uma digital do governo Lula no ato no Salão Negro.