CPI ganha força após vídeo de Stédile defendendo ocupações no país
"Famílias só tiveram acesso a terras porque se organizaram, lutaram e ocuparam", diz o chefe do movimento
Um dos dirigentes mais conhecidos do MST, João Pedro Stédile gravou um vídeo no fim de semana para exaltar as ações do movimento, que retomou ocupações de propriedades rurais no país.
Stédile, que já foi descrito como chefe de um “exército” por Lula, diz que o movimento tem “a necessidade de enfrentar o latifúndio” para atingir seus objetivos.
“Hoje, temos no país 500.000 famílias assentadas pela reforma agrária e outras 500.000 famílias que estão em projetos de colonização na Amazônia legal. Todas essas famílias só tiveram acesso a terras porque se organizaram, lutaram e ocuparam essas terras. Não houve, em toda a história do Brasil, nenhuma área em que o Incra primeiro desapropriou e depois foi selecionar as famílias. Só houve reforma agrária porque as famílias lutaram, se organizara, ocuparam a terra e pressionaram o governo a desapropriar”, diz Stédile.
O chefe do MST diz que há no país 80.000 famílias acampadas e que o movimento vai reivindicar a desapropriação de latifúndios improdutivos.
Gravado no momento em que invasões do MST já provocam repercussões no meio político, o vídeo do dirigente do MST deu novo impulso aos integrantes da bancada ruralista na Câmara para pressionar Arthur Lira a instalar a CPI das invasões de terras.
“A escalada nas invasões de terra é um fato muito grave. Foram quase 40 invasões em vários estados em apenas três meses. Isso era um problema superado. Por que ele voltou? Quem financia? Quem se beneficia? Quem estimula? Quem se omite? A CPI do MST vai investigar”, diz o deputado Zucco.
Os ruralistas farão uma reunião nesta terça para discutir a abertura da CPI. Veja o vídeo do líder do MST: