Investigação da CGU mostra que, entre 2005 e 2022 — de Lula 1 a Jair Bolsonaro, portanto –, a Funasa, a estatal que o governo tenta fechar, liberou 2 bilhões de reais para “obras” nos estados sem que existisse, acredite, sequer projeto a ser executado.
A liberação dessa verba para supostas obras de saneamento, descobriu a CGU, tinha um padrão: era sempre feita em dezembro, “sob a alegação de não se perderem os recursos” do orçamento — desculpa usada inclusive para deixar que o dinheiro jorrar sem lastro nos ditos projetos, que seriam feitos após os pagamentos, algo condenado pelos órgãos de controle.
Para se ter uma ideia, entre 2005, no primeiro governo Lula, e 2022, último ano de Bolsonaro, a Funasa firmou 1.347 contratos para obras de saneamento em todo o país, num total de 5 bilhões de reais. Desse total, 655 foram fechados no apagar das luzes de cada ano orçamentário, totalizando os 2 bilhões de reais identificados pela CGU.
É esse gigantesco caixa eletrônico que os caciques do Congresso lutam para manter em funcionamento. A Funasa foi fechada por Lula a partir de uma Medida Provisória, que depende do aval do Parlamento para consumar a decisão. Sem maioria parlamentar para tanto, o governo briga para evitar que a estatal siga drenando recursos públicos de forma desordenada.