No documento de oito páginas, obtido pelo Radar, Edson Fachin determina o envio de 22 dos 23 anexos da delação de Antonio Palocci a quatro estados: São Paulo, Distrito Federal, Paraná e Rio de Janeiro.
Pela natureza das revelações, envolvendo em grande parte o universo empresarial e políticos paulistas, São Paulo recebeu 11 anexos da delação de Palocci. Para Curitiba foram remetidos cinco anexos. No Distrito Federal, cinco anexos foram remetidos à Justiça Federal e um ficou no próprio Supremo. No Rio, um anexo foi enviado ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região.
“Sustenta a Procuradoria-Geral da República a necessidade de adoção de diligências específicas quanto aos termos de depoimento do colaborador, por conterem narrativa de ‘fatos criminosos ocorridos em locais e datas distintas’”, registra Edson Fachin.
Desde que a Justiça homologou a delação de Palocci em três frentes – no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, na Justiça Federal de Brasília e no Supremo – os investigadores da Polícia Federal realizam diligências sigilosas e produzem provas para confirmar os relatos do petista, de modo a marcar uma diferença de “qualidade” no trabalho realizado pela PGR em delações anteriores. É por causa disso que, apesar de Fachin delegar aos juízes locais a retirada do sigilo da delação, o conteúdo continua fechado.
É a primeira vez que um documento do Supremo confere contornos concretos à principal frente da delação do ex-ministro Antonio Palocci fechada com a Polícia Federal e homologada pelo ministro Edson Fachin, chefe da Lava-Jato no STF.
A partir desse documento, descobre-se que o acordo firmado pelo ex-ministro no Supremo tem 23 anexos, que tratam de 12 políticos, entre ex-ministros de Estado, parlamentares e ex-parlamentares – além de grandes empresas.