Ciente de que a cúpula do PSDB é hoje um território de poucos amigos, João Doria já acionou seus advogados para reagirem caso os tucanos decidam derrubar sua candidatura “no tapetão”, como disse numa carta divulgada no fim de semana.
O roteiro da reunião desta terça está definido. Segundo fontes tucanas, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, principal opositor da candidatura de Doria, tentará obter da cúpula da sigla uma espécie de aval para que siga negociando a adesão dos tucanos ao projeto eleitoral de Simone Tebet, do MDB.
O apoio da Executiva Nacional para derrubar Doria – o tucano é o personagem principal da reunião, mas nem sequer foi convidado a falar – seria a forma de Araújo tentar contrapor o discurso do presidenciável sobre as prévias do partido. Doria venceu a eleição interna, mas Araújo quer descartar o processo.
O recurso judicial para fazer valer a votação interna, inclusive, já está redigido pela defesa de Doria. O presidenciável avalia ter ao seu lado o estatuto do partido, que não dá poderes à Executiva para derrubar uma ampla votação dos filiados. Doria, como já mostrou o Radar, está disposto a ir até o fim, na Justiça, para fazer valer o resultado das prévias do PSDB, que consumiram mais de 12 milhões de reais e definiram que ele seria o presidenciável tucano.