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Elcio Queiroz fecha delação premiada sobre homicídio de Marielle, diz Dino

Segundo o ministro, o ex-PM deu detalhes da execução da vereadora e confirmou a participação de Ronnie Lessa e de um ex-bombeiro, preso nesta segunda

Por Gustavo Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Nicholas Shores Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 Maio 2024, 00h07 - Publicado em 24 jul 2023, 09h52

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou há pouco, em entrevista coletiva, que o ex-policial militar Elcio Queiroz fechou uma delação premiada sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, que levou à prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa nesta segunda-feira.

“Essa delação foi já homologada judicialmente e resultou na operação de hoje, no Rio de Janeiro. O senhor Elcio revelou a participação de um terceiro indivíduo, que é exatamente o senhor Maxwell, e confirmou a participação dele próprio e do Ronnie Lessa. Com isso, nós temos, sob a ótica da Polícia Federal e dos demais participantes da investigação, a conclusão, o fechamento de uma fase da investigação, com a confirmação de tudo o que aconteceu na execução do crime”, afirmou Dino.

Ele explicou que dúvidas sobre certos detalhes da investigação foram removidas a partir da delação de Elcio, que foi preso no mesmo dia que Ronnie Lessa, em 12 de março de 2019 — os dois aguardam julgamento. Isso porque, segundo o ministro, houve convergência entre a narrativa do ex-PM em relação a outros aspectos que já se encontravam de posse da polícia.

Dino afirmou ainda que Elcio Queiroz também apontou outras pessoas como copartícipes desse evento criminoso no Rio de Janeiro.

A partir daí, claro, as instituições envolvidas terão os elementos necessários ao prosseguimento da investigação. Não há, de forma alguma, a afirmação de que a investigação se acha concluída, pelo contrário. O que acontece é que há um avanço, uma espécie de mudança de patamar da investigação. A investigação agora se conclui em relação ao patamar da execução e há elementos para um novo patamar, a identificação dos mandantes do crime, declarou.

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Naturalmente há aspectos que ainda estão em investigação, em segredo de Justiça. O certo é que, nas próximas semanas, provavelmente haverá novas operações derivadas desse conjunto de provas que foi colhido no dia de hoje, complementou o ministro.

Maxwell já havia sido preso no dia 10 de junho de 2020, por suspeita de ser o braço direito de Ronnie Lessa, que é policial militar reformado do Rio. De acordo com o MP-RJ, o ex-bombeiro (que foi expulso da corporação) ajudou a sumir com as armas usadas no crime, que foram jogadas no mar. Em fevereiro de 2021, ele foi condenado por obstrução de Justiça a quatro anos de prisão, mas foi autorizado a cumprir a pena em regime aberto, com prestação de serviços à comunidade.

Segundo Flávio Dino, a delação de Queiroz revelou que o ex-bombeiro também desempenhou papel de “campana”, monitorando a rotina de Marielle Franco como preparação para o assassinato. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos, acrescentou que Maxwell foi responsável por “picar” o carro usado para armazenar as armas do crime, ou seja, desmontá-lo e se desfazer das partes para ocultar provas.

O acordo de delação premiada está sob sigilo de Justiça, mas o ministro afirmou a jornalistas que Elcio Queiroz permanecerá preso em regime fechado, e que os termos incluem medidas de segurança devido à “sensibilidade” do caso.

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