Raquel Dodge desancou Geddel Vieira Lima e seu irmão, o deputado federal Lucio Vieira Lima, em dois despachos enviados a Edson Fachin, no inquérito aberto para investigar como a dupla ganhou seus incríveis 51 milhões de reais.
A PGR listou artimanhas da defesa para atrapalhar o andamento da ação e, segundo ela, forçar a redistribuição do caso à primeira instância, ou seja, à estaca estaca zero.
“O processo caminha para a frente – não o contrário”, escreveu Raquel num dos documentos.
Mas não só. Ela esculhambou a insistência da abastada família e guardar segredo sobre de onde veio a fortuna.
“Os réus não se dispuseram a explicar a origem de 51 milhões por eles ocultados. Mantiveram-se calados(…). Não infirmaram o mérito das acusação, nem as provas da imputação feita na denúncia”, resumiu a PGR.
Raquel também questionou, para dizer o mínimo, o trabalho de duas técnicas contratadas para rebater a perícia feita pela Polícia Federal e que identificou a resquícios das impressões digitais de Geddel e de um assessor de Lúcio nas cédulas.
“Ao sustentar a invalidade dos vestígios, a defesa louva-se em análise técnica feita por especialistas que não adotaram as mínimas basilares condições para acesso ao material”, afirma.
A PGR reproduz uma análise da própria PF para justificar a afirmação: “as profissionais fizeram uso de um aparelho celular e uma lanterna na busca de captar imagens dos fragmentos. Tal cena não precisa de maiores comentários”, citou Raquel.
Ao fim, ela acusou as tais técnicas de terem feito um bico ilegal para Geddel e Lucio. De acordo com a PGR, ambas são policiais civis, uma da Paraíba e outra de Minas Gerais, e, portanto, submetidas a regime de dedicação exclusiva.