Ex-ministro volta ao governo Bolsonaro a 44 dias do fim do mandato
Derrotado na disputa pelo Senado em Pernambuco, no mês passado, o sanfoneiro Gilson Machado vai reassumir a Embratur, para um mandato de quatro anos
Derrotado na disputa pelo Senado em Pernambuco, o ex-ministro do Turismo e sanfoneiro Gilson Machado foi nomeado nesta sexta-feira por Jair Bolsonaro para reassumir o comando da Embratur, a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo. Consta no Diário Oficial da União que ele terá um mandato de quatro anos — ou seja, durante praticamente todo o governo Lula.
Antes Instituto Brasileiro de Turismo, a Embratur se tornou uma agência em 2020, quando o Congresso aprovou uma medida provisória de Bolsonaro do seu primeiro ano de governo, e passou a funcionar como Serviço Social Autônomo do Ministério do Turismo. Ocorre que a lei sancionada prevê que os nomeados para a cúpula do órgão são “demissíveis ad nutum”. Isso significa que eles podem ser exonerados a qualquer momento pelo presidente da República — como, de fato, ocorreu nesta sexta.
O ex-ministro deixou o governo em março deste ano para enfrentar as urnas — perdeu para Teresa Leitão, do PT — e já havia presidido o órgão até o fim de 2020, quando substituiu Marcelo Álvaro Antônio no primeiro escalão. Na dança das cadeiras provocada pelas eleições, o também pernambucano Carlos Brito, que comandava a Embratur desde sua saída, assumiu a pasta.
Para que Machado pudesse voltar à Embratur, o atual diretor-presidente da agência, Silvio Santos do Nascimento, foi demovido para o cargo de diretor de Marketing, Inteligência e Comunicação, também para um mandato de quatro anos. Ele, por sua vez, desalojou Karisa Vilas-Boas Nogueira, que estava no cargo desde outubro de 2020.
“Já passei pela Embratur e tenho condições de contribuir muito com o turismo a partir daquela instituição. Sou um soldado do presidente e nossa equipe tem sido a mesma desde que passei pela agência e pelo Ministério do Turismo. Quero cumprir mais essa missão com todo esforço e dedicação que sempre tive em prol do turismo brasileiro”, declarou o ex-ministro ao Radar, na manhã desta sexta.
Aliado fiel de Bolsonaro desde antes da campanha de 2018, o sanfoneiro da banda Forró da Brucelose foi um dos 30 acompanhantes do presidente no discurso da derrota, quase 45 horas após a confirmação da vitória de Lula. No dia seguinte, ele participou de uma manifestação na frente do Quartel-General do Exército, em meio a bolsonaristas inconformados com o resultado das eleições que pediam uma intervenção militar.