Escolhido por Michel Temer para assumir o Ministério das Cidades, o deputado Alexandre Baldy terá dificuldades para se dissociar de um dos mais famosos contraventores do país, Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Desde 2012, quando uma CPI investigou o bicheiro, a relação entre os dois é pública, notória e constrangedora. Cachoeira derretia-se ao se referir ao agora futuro ministro como “menino de ouro”.
Mas a prestação de contas da disputa eleitoral de 2014 revela mais: a família Almeida Ramos ajudou a financiar o plano de poder do pupilo.
A empresa JC Distribuidora de Medicamentos, que pertence a Sebastião de Almeida Ramos Filho, irmão de Carlinhos Cachoeira, doou 450 000 reais à campanha de Baldy naquele ano.
A JC é velha conhecida das autoridades. Em 2012, segundo “O Globo”, a empresa foi investigada pela Receita por movimentações atípicas, 66,8 milhões de reais em dois anos.
A tomar pelo montante que passa pelo caixa da distribuidora, um agrado de 450 000 reais a um amigo que pode valer ouro, não há de ser nada.