O General Augusto Heleno disse há pouco, em depoimento na CPMI do 8 de janeiro, que mesmo se tivesse desejado um golpe de Estado “no recôncavo da alma” não teria dado continuidade porque não teria sido estimulado por Jair Bolsonaro que quis “agir dentro das quatro linhas”.
O ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, disse ainda que houve “uma supervalorização de papel de auxiliares” e desconsiderou a importância das mensagens de teor golpista trocadas pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid com outros militares.
“Eles trocavam mensagens que não significavam absolutamente nada para o contexto dos chefes militares. Isso aí bobagem achar que uma conversa do ex-sargento Aílton com o tenente-coronel Mauro Cid vai arrastar uma multidão de generais pra dar um golpe”, disse Heleno aos parlamentares.
“Isso aí é um claro desconhecimento de como funciona a hierarquia nas Forças Armadas”.
“A partir do momento que o presidente da República declarou com todas as letras que ia atuar dentro das quatro linhas, se eu tivesse lá no recôncavo da minha alma o desejo de participar de um golpe, eu já teria tirado o meu time”, acrescentou o ministro do GSI de Jair Bolsonaro.
Ao chegar na comissão, Heleno foi recebido com aplausos de pé de parlamentares da oposição. A atitude gerou o repúdio da base governista.
“Me sinto envergonhada, presidente”, disse a deputada Jandira Feghali se dirigindo ao presidente da mesa diretora da CPMI, Arthur Maia.
Após a declaração inicial de Heleno, os parlamentares oposicionistas voltaram a aplaudir o general da reserva. Como mostrou o Radar, o ex-GSI ganhou o direito de permanecer em silêncio na CPMI por decisão do ministro Cristiano Zanin, do STF.