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Política

Heleno ficou ‘atônito’ ao ser repreendido por ex-chefe da FAB sobre golpe

Após formatura do ITA, comandante da Aeronáutica pilotou um avião da FAB para levar o general a uma reunião urgente com Bolsonaro

Por Ramiro Brites SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 11h19 - Publicado em 15 mar 2024, 14h44

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, durante conferência de imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília (DF) - 16/04/2019 (Evaristo Sá/AFP)

Em 16 de dezembro de 2022, o ex-chefe da Força Aérea Brasileira Carlos Almeida Baptista Júnior encontrou o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, em São José dos Campos (SP). Os dois participavam de cerimônia de formatura, em que o neto de Heleno era um dos graduados do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA).

O encontro foi relatado por Baptista Júnior à Polícia Federal. Segundo o depoimento, o general consultou o brigadeiro se haveria uma vaga em uma avião de apoio da FAB, pois o então presidente, Jair Bolsonaro, havia acionado Heleno para uma reunião de urgência, no dia seguinte, 17 de dezembro de 2022, um sábado.

O ex-comandante da Aeronáutica estranhou a urgência, em um fim de semana, logo após a celebração da formatura do neto de Heleno, e perguntou ao general se ele havia ponderado ao ex-presidente que estava longe de Brasília porque se tratava de uma data especial. Heleno respondeu que sim, mas que, de qualquer forma, a reunião foi mantida por Bolsonaro.

Diante das circunstâncias, Baptista Júnior chamou Augusto Heleno para conversar em uma sala reservada, nas instalações do ITA. Na conversa privada, o brigadeiro disse “de forma categórica” que a FAB “não anuiria com qualquer movimento de ruptura democrática”. O então comandante da Aeronáutica disse que não foi convidado à reunião e pediu para Heleno reforçar sua posição ao ex-presidente.

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“O General Heleno ficou atônito e desconversou sobre o assunto”, diz o depoimento.

Depois, Baptista Júnior e Heleno acabaram voando, no próprio dia 16 de dezembro, para Brasília. O ex-chefe da FAB, inclusive, pilotou o avião para levar o ex-ministro do GSI à capital federal.