O Tribunal de Justiça de São Paulo acatou pedido para que o quadro “A Caipirinha”, de Tarsila do Amaral, não vá a leilão. A obra, um expoente do movimento modernista, teria lance mínimo de 42,5 milhões de reais. O montante seria usado para pagar diversos bancos credores que cobram 2,3 bilhões de reais em dívidas empresariais.
Para o advogado Márcio Casado, que representa Carlos Schahin, o perito judicial teria cometido erros técnicos, como afirmar que o verso da obra teria ganho uma nova tela, isto é, uma reentelação. Com a decisão de hoje, nem mesmo o restauro da obra, que estava previsto para os próximos dias, deve acontecer.
O empresário Salim Taufic Schahin adquiriu o quadro na década de 1990. Em 2013, ele teria vendido a obra ao filho, Carlos Schahin, por 240 mil reais – o que é questionado pelos credores. Carlos Schahin afirma que a operação foi legítima e que, portanto, deve ficar com o quadro.
O Tribunal de Justiça de São Paulo deve avaliar o recurso nos próximos meses, o que pode levar inclusive à nomeação de outro perito. Em paralelo, Márcio Casado vai ao STJ certificar que a obra pertence a Carlos Schahin.
Tarsila pintou “A Caipirinha” em 1923, quando vivia em Paris com o namorado Oswald de Andrade.