Lula passou a campanha escondendo José Dirceu e esquivando-se do passado de corrupção petista na Petrobras e em outras tantas áreas da máquina pública que foram pilhadas por corruptos durante as gestões petistas.
De volta ao Planalto, o petista, que destila ódio diariamente contra o chefe do Banco Central, decidiu cobrir de flores o companheiro petista que fez fortuna traficando interesses nos governos do PT.
Lula aposta na memória curta dos brasileiros e diz que Dirceu já pode ser perdoado por ter faturado pelo menos 40 milhões de reais em “consultorias” para empresas metidas nos desvios bilionários da petroleira e em outros setores da máquina.
“Ninguém pode ser penalizado a vida inteira. Ninguém pode ser, na política, criminalizado de forma perpétua. O José Dirceu é um agente político, um militante político da maior qualidade. Ele está voltando a participar dos eventos do PT”, disse Lula na entrevista para Daniela Lima, da CNN.
Quando a Lava-Jato descobriu a roubalheira de Dirceu, o ex-ministro de Lula chegou a ser criticado por setores do petismo. O partido admira quem roubou pela causa, caso de João Vaccari Neto — que recebia malas de dinheiro vivo de empreiteiras dentro do escritório do PT em São Paulo –, mas deplora quem usou a influência dos governos petistas para enriquecer e virar integrante da burguesia, caso de Dirceu.
Pelo critério de Lula para perdoar, o governo deveria abrir as portas ao camarada Vaccari, pai dos “pixulecos”. Afinal de contas, ninguém foi tão lucrativo e tão competente no seu ofício quanto o chefe do caixa de propina do PT.