Na decisão em que rejeita o recurso da defesa de Lula para que Sergio Moro seja declarado suspeito de perseguir politicamente o ex-presidente na Lava-Jato, o desembargador João Pedro Gebran Neto faz um histórico da choradeira petista na Lava-Jato, tanto nas condenações do tríplex do Guarujá quanto no do Sítio de Atibaia.
Para o magistrado, não há como levar em consideração os argumentos de imparcialidade de Moro no julgamento de Lula porque o petista, desde o início das investigações de corrupção na Petrobras, já lançava mão do discurso de vítima de perseguição.
Como o Radar mostrou mais cedo, a defesa de Lula apropriou-se da fala de Jair Bolsonaro, que acusou Sergio Moro de barganhar uma indicação ao Supremo Tribunal Federal, para reforçar a acusação de imparcialidade contra o juiz, estratégia usada tanto no processo do tríplex do Guarujá quanto no do Sítio de Atibaia.
“A afirmação (de perseguição política) vem desde a fase investigativa, quando sequer havia instauração do processo eleitoral”, disse Gegran.
Para o magistrado, a defesa — que já tentou usar a indicação de Moro para ministro da Justiça como prova de sua imparcialidade na Lava-Jato – apenas recicla velhos argumentos ao invocar o suposto acerto sobre a vaga no STF.