Parlamentares da Comissão Externa da Acompanhamento do Ministério da Educação (Comex-MEC) questionaram a pasta sobre o andamento das aulas à distância e obtiveram uma resposta que dá a dimensão dos efeitos da pandemia no Brasil. “Este Ministério não dispõe de informações acerca do número de alunos da rede pública de ensino do país que estão tendo tele-aulas e aulas on-line até o momento”, registra o ministro Milton Ribeiro no ofício 3065/2020, de 27 de julho.
O pronunciamento faz parte da resposta ao Requerimento de Informações 631/2020, de autoria dos deputados Professor Israel Batista (PV-DF), João Campos (PSB-PE), Tabata Amaral (PDT-SP), Felipe Rigoni (PSB-ES), Aliel Machado (PSB-PR), Eduardo Bismarck (PDT-CE), e Luísa Canziani (PTB-PR), enviado ao MEC no dia 25 de junho.
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Clique e AssineEm outro trecho do documento, consta que “é possível afirmar que todas as redes estaduais estão implementando o ensino a distância e parte das redes municipais também, porém o MEC não pode afirmar com precisão o percentual de estudantes que estão participando do processo de ensino-aprendizagem por meio das atividades não presenciais, o que nos impede de responder sobre o quantitativo exato de alunos das redes públicas de ensino [que] participam de tele-aulas e aulas on-line”.
Para o coordenador da Comex, o deputado João Campos, o tema “é muito preocupante”. Segundo ele, “sabe-se que a gestão do MEC sempre pode dar uma resposta ruim do ponto de vista administrativo sobre qualquer coisa. A falta de subsídios básicos de informação quanto ao ensino remoto segue essa linha recorrente de má gestão e reforça a incapacidade de esclarecimento sobre questões importantes e atuais”.
“Não há uma coordenação nacional para auxiliar estados e municípios no enfrentamento da crise provocada pela pandemia, sequer existem dados e pesquisa a respeito”, alertou o deputado Professor Israel.
Segundo a deputada Tabata Amaral, é “extremamente preocupante que, em um momento em que os estados e municípios começam a se organizar para uma possível retomada neste semestre, o principal órgão responsável pela coordenação das redes não tenha o compromisso de se inteirar sobre as realidades vividas pelos alunos durante a pandemia”.