Ministro de Lula ataca iFood e Mercado Livre: “Modelo explorador”
Luiz Marinho critica postura de aplicativos de entrega em negociações com governo e centrais sindicais
O ministro Luiz Marinho (Trabalho e Emprego) afirmou nesta segunda-feira, na cerimônia no Palácio do Planalto em que Lula assinou o projeto de lei complementar que dá direitos trabalhistas a motoristas de aplicativos de transporte de passageiros, que o iFood, o Mercado Livre e outras plataformas de entrega têm um “modelo explorador”.
“Ainda restam os aplicativos das entregas, dos motoboys, motociclistas, que ainda não chegamos lá, e talvez seja uma categoria mais sofrida ainda do que os colegas que aqui estão (motoristas). Mas nós chegaremos lá. Espero que esse projeto de lei influencie nos demais segmentos para que a gente possa voltar à mesa”, disse Marinho.
Em seguida, ele começou a desfiar críticas à postura das plataformas de entrega nas negociações com o governo Lula e centrais sindicais.
“Não adianta o iFood mandar recado – e olha que manda recado, presidente, encontra ministro, ministra, gente do governo, amigos do governo e manda recado: ‘Nós queremos conversar’. Nós conversamos o ano inteiro. Ifood e Mercado Livre diziam que o padrão dessa negociação não cabe no seu modelo de negócio. Não cabe porque é um modelo de negócio altamente explorador”, declarou o ministro.
Marinho acrescentou que as plataformas desse segmento precisam “chegar no real”, e sentar à mesa para negociar um padrão remuneratório “que ofereça condição de cidadania e condição de vida digna a esses trabalhadores e trabalhadoras”.
Com sarcasmo, ele completou: “Tomar café e água gelada é muito bom, mas é insuficiente. É preciso ir para o passo concreto.”
Já Lula afirmou que “nós vamos encher tanto o saco que o iFood vai ter que negociar para fazer aquilo que vocês fizeram junto ao transporte”.