Ministros de Lula definem nesta quarta medidas de combate à seca
Após danos da chuva em SP, ministros de Lula visitam nesta semana região impactada pela estiagem no RS
Uma comitiva de ministros vai visitar nesta quinta o município de Hulha Negra (RS), a cerca de 380 quilômetros de Porto Alegre e a 85 quilômetros da fronteira com o Uruguai, para avaliar a seca. As medidas que serão anunciadas para o combate à estiagem serão definidas nesta quarta, confirmou ao Radar o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.
O ministro se reuniu na sexta passada com o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no RS, Carlos Joel da Silva. Já com vistas à viagem para o Estado, o ministro não prometeu nenhuma medida específica aos agricultores, mas disse que as demandas seriam levadas ao presidente.
Além de Teixeira, a comitiva será composta pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta.
“Vamos anunciar várias ações”, disse o chefe da Secom, sem detalhar quais medidas serão divulgadas durante a viagem. “O governo precisa estar presente, principalmente no momento das dificuldades”, acrescentou Pimenta, que, na segunda-feira, viu de perto o estrago causado pela chuva no litoral norte de São Paulo.
Os agricultores pedem cestas básicas às famílias atingidas pela seca, água e diesel para o deslocamento de caminhões-pipa, linhas de crédito e prorrogação de pagamentos aos produtores. Dos 497 municípios gaúchos, ao menos 315 já decretaram situação de emergência.
A categoria pede crédito de até 50.000 reais por produtor, com pagamento de 10 anos e subsídio de 30% para parcelas pagas em dia. Outra demanda é relativa aos financiamentos que não tem seguro agrícola, como o custeio pecuário. Os produtores rurais pedem prorrogação, de 5 a 10 anos, para o pagamento dos débitos ou subsídio de 35% — benefício oferecido pelo governo de Jair Bolsonaro, mas que atingiu apenas metade dos agricultores, segundo o presidente da Fetag.
“O grande problema é a falta de água, os reservatórios estão muito baixos, os rios estão secando, nós temos lavouras de arroz que já foram abandonadas, tem lavoura de soja que o pessoal já largou”, avaliou Carlos Joel da Silva, que pede o fim de soluções paliativas, já que o setor convive com a seca há três anos consecutivos.
“No próximo plano Safra, nós queremos trabalhar um programa de armazenamento de água e irrigação para criar estrutura, vamos nos estruturar para isso. O governo federal e o Estado precisam trabalhar juntos neste momento. Para deslanchar, tem que ser um programa de financiamento com subsídio. O governo assim mesmo vai ganhar mais, quem ganha com a safra boa é o próprio governo, o custo de uma estiagem é muito grande”, projetou Silva.
Terceiro colocado nas eleições para o governo do RS, o petista Edegar Pretto também deve se juntar à equipe ministerial no interior gaúcho. Pretto deve ser o próximo presidente da Conab, órgão desmembrado do Ministério da Agricultura após a volta do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Parlamentares da bancada ruralista pressionam para a Companhia voltar à pasta que foi alocada durante o governo Bolsonaro.