MPE-SP arquiva inquérito contra Tarcísio e passa a investigar jornalistas
Órgão apurava se tiroteio contra o governador em Paraisópolis durante a campanha foi provocado para fins eleitoreiros
O Ministério Público Eleitoral de São Paulo arquivou um inquérito contra o governador Tarcísio de Freitas e passou a investigar jornalistas sobre o caso de um tiroteio durante uma agenda de campanha em Paraisópolis, na Zona Sul da capital paulista. A informação foi publicada pelo Estadão e confirmada pelo Radar.
A troca de tiros, em 17 de outubro de 2022, resultou na morte de Felipe Silva Lima, após confronto com a Polícia Militar. Durante a campanha ao governo de São Paulo, opositores levantaram suspeitas sobre o caso.
“O fato seria utilizado para ‘simular’ um atentado fraudulento contra o candidato, amplamente divulgado por seus apoiadores, para fins eleitoreiros”, disse o MPE para contextualizar o arquivamento.
Os jornalistas Artur Rodrigues, da Folha de São Paulo, e Joaquim Carvalho, do Brasil 247, entrevistaram Marcos Vinicius de Andrade, que prestava serviço no dia da troca de tiros para o Grupo Jovem Pan e teria filmado o autor dos disparos e a vítima. Em depoimento no inquérito, Marcos Vinicius afirmou que um membro da comitiva de Tarcísio, com um distintivo da ABIN, pediu que ele apagasse as imagens.
Na última segunda-feira, o promotor Fabiano Augusto Petean arquivou o inquérito sobre suposta armação de Tarcísio, mencionou “a feitura de matérias que contém conteúdo inverídico” e solicitou a realização de interrogatórios dos jornalistas da Folha e do Brasil 247.
“Em complementação às diligências anteriormente solicitadas, há necessidade de realização dos interrogatórios de Artur Rodrigues e de Joaquim de Carvalho, com as respectivas qualificações, para análise de infrações penais eleitorais em face das matérias constantes”, escreveu Petean.