O Ministério Público do Trabalho vai se reunir às 14h nesta quinta com as vinícolas beneficadas pela mão de obra análoga à escravidão na colheita de uva no Rio Grande do Sul. A reunião, por videoconferência, pretende fechar um acordo com as empresas com objetivo de evitar a judicialização do caso na esfera trabalhista.
Procurador-geral do Trabalho, José de Lima Ramos Pereira esteve reunido com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, para discutir o caso e prevenir novas ocorrências. Para Pereira, o único caminho é a responsabilização das empresas envolvidas.
“As empresas precisam entender que o trabalho indecente não pode ser aceito e que a dignidade do trabalhador é algo a ser perseguido, preservando não só os trabalhadores como também a atividade econômica. Esse é um caso pontual, mas, se não houver responsabilização, irá se repetir”, disse Pereira.
A reunião contou com integrantes do MPT do Rio Grande do Sul e da Bahia, estado de origem da maioria dos trabalhadores resgatados na Serra Gaúcha, o desembargador Francisco Rossal de Araújo, da comarca de Porto Alegre da Justiça Federal e secretários do governo estadual.
Além da diligência do Ministério Público do Trabalho, correm outras duas investigações criminais sobre o caso. Uma da Polícia Federal e outra da corregedoria da Brigada Militar, que apura se houve omissão ou ajuda de policiais militares para manter os trabalhadores em situação desumana em Bento Gonçalves.