O ex-piloto de Fórmula 1 e empresário Nelson Piquet doou 501.000 reais à campanha de Jair Bolsonaro à reeleição. A doação — a maior feita por um apoiador ao presidente — está registrada no sistema do TSE.
Bolsonarista convicto, o tricampeão mundial chamou atenção no desfile do 7 de setembro do ano passado ao dirigir o Rolls Royce em que estava o presidente. Na semana passada, ele acompanhou Bolsonaro na Via Dutra, no Rio, para cumprimentar os veículos que passavam pela rodovia federal.
O ex-automobilista, aliás, estava sendo procurado pela Justiça nas últimas semanas para ser notificado sobre um processo em que é acusado de racismo e homofobia contra o heptacampeão inglês Lewis Hamilton, a quem se referiu como “neguinho” em uma entrevista. Piquet pode ser condenado a desembolsar 10 milhões de reais em danos morais coletivos e danos sociais — quase 20 vezes o valor da doação a Bolsonaro.
O segundo maior repasse de pessoa física à campanha do presidente foi de 350.000 reais, feito por Gilson Lari Trennepohl. Empresário, ele é vice-prefeito de Não-me-toque, pequena cidade do Rio Grande do Sul que tem menos de 20.000 habitantes, segundo o IBGE.
Em 2020, quando se candidatou ao cargo pelo finado DEM em sua primeira eleição, Trennepohl declarou patrimônio superior a 163 milhões de reais.
Com as duas doações, que somaram 851.000 reais, o valor total recebido por apoiadores chegou a 1.171.435,88 reais até o momento.
A campanha de Bolsonaro recebeu ainda uma transferência de 10 milhões de reais do PL, partido do presidente e de Valdemar Costa Neto, oriundo do Fundo Partidário — ou seja, de recursos públicos.
Inicialmente, inclusive, o partido havia registrado um repasse de 5 milhões, do fundão eleitoral, mas a informação foi alterada quando a doação foi atualizada para 10 milhões.