O alerta de Marina Silva sobre o “barril de pólvora” no Pantanal
Ministro alerta para os riscos do combate ao fogo e faz um apelo à população

Entre o reforço da Força Nacional e os agentes que já estão em campo, 583 agentes atuam para combater as queimadas no Pantanal. Segundo a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o governo tem elaborado estratégias para não colocar a vida das equipes em risco.
O aumento dos incêndios decorre da escassez da bacia hídrica do Pantanal, em especial do Rio Paraguai, de um fator climático que não permitiu intervalo entre os efeitos do El Niño e da La Niña e do acúmulo de matéria orgânica a ponto de combustão, explica a ministra.
Portanto, segundo ela, o único caminho para diminuir as queimadas é a conscientização da população, para além dos esforços governamentais e das grandes equipes encampadas no combate às chamas.
“Tem que parar de atear fogo no Pantanal. Se não, vai precisar de 80.000 pessoas na linha de fogo e viraria um barril de pólvora”, alerta Marina Silva.
A ministra reconhece que há incêndios culposos e dolosos e ainda diferencia quem provoca o fogo intencionalmente, ou quem o faz por falta de respeito à natureza. Ainda assim, leis estaduais foram endurecidas e há um trabalho de inteligência “porque as pessoas não podem imaginar que vão fazer impunemente”.
A ministra afirma que as ações no Pantanal são bem diferentes das de combate ao garimpo ilegal na Floresta Amazônica, onde há uma maior presença do crime organizado. Ela conta que em uma operação contra garimpeiros na Amazônia descobriu com os criminosos um lote de 80 cartilhas sobre como provocar queimadas na mata. O material foi apresentado a Marina Silva por uma autoridade estadual, no Ministério do Meio Ambiente.