Durante o evento de conclusão dos trabalhos do gabinete de transição do governo Lula nesta terça, Aloizio Mercadante fez um apelo à imprensa para chamar o futuro chefe da AGU, Jorge Messias, pelo seu nome próprio e não mais por “Bessias”, que foi como ele ficou conhecido nas páginas de jornal em 2016.
Messias era auxiliar de Dilma Rousseff e teve o seu nome citado pela presidente em uma interceptação autorizada por Sergio Moro, na época em que ele era juiz da operação Lava-Jato. Na ocasião, Dilma faria a nomeação de Lula como ministro de seu governo para evitar uma possível prisão de seu antecessor pela operação. Sem autorização do Supremo, Moro retirou o sigilo do grampo e o seu conteúdo serviu de munição aos movimentos de oposição que levaram à queda da petista meses mais tarde.
“Eu tô mandando o Messias junto com o papel, pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse [como ministro], tá?”, disse Dilma a Lula na conversa gravada. Nesta segunda, Aloizio Mercadante defendeu o trabalho de Messias na assessoria jurídica do gabinete de transição e já é tida como certa a sua indicação na AGU do futuro governo Lula.
“Eu queria registrar o papel incansável da assessoria jurídica nesse processo [de transição]. O Márcio Rosa e o Jorge Messias fizeram todos os requerimentos [aos órgãos públicos]. Eu quero fazer um apelo à imprensa brasileira: o Jorge Messias é um servidor de 21 anos de carreira, um dos melhores advogados da União. Ele cumpriu todas as suas passagens de uma forma absolutamente exemplar e eficiente. E tem um episódio grave, que foi a quebra do sigilo de um diálogo da presidenta Dilma e que uma matéria mal apurada disse que o nome dele era Bessias. Aquilo lá é um lavajatismo fracassado e que levou o país a uma situação muito grave e que nem ali ele jamais cometeu nenhuma irregularidade. O apelo que eu faço depois de tudo o que ele fez na transição e na história do seu profissionalismo é que o chamem pelo nome, que é Jorge Messias”, disse Mercadante.