O argumento da AGU para suspender decisão que tirou petista da Apex
Advocacia diz que, mesmo sem falar inglês, Jorge Viana poderia chefiar agência por ter integrado Comissão de Relações Exteriores do Senado

Em recurso ao TRF-1 contra a decisão que tirou Jorge Viana da presidência da Apex Brasil por não falar inglês, a AGU argumentou que o histórico de participação por mais de sete anos do petista na Comissão de Relações Exteriores do Senado o credencia ao cargo.
A Advocacia-Geral da União disse que, mesmo antes da liminar que suspendeu a posse de Viana e a retirada do inglês do rol de exigências ao presidente do órgão, era possível comprovar sua aptidão com “experiência profissional no Brasil, de no mínimo dois anos, que tenha exigido conhecimento e utilização do idioma”.
“A segunda hipótese é justamente a preenchida por Jorge Viana, (que), ao longo do mandato, participou de 29 missões no exterior, incluindo inúmeras participações como representante do Parlamento brasileiro em conferências das Nações Unidas”, afirmou a AGU em nota.
O órgão também escreveu em seu recurso que a juíza Diana Wanderlei, da 5ª Vara Federal Cível do Distrito Federal, criou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma obrigação inexistente na lei de seguir o estatuto interno da Apex.
“Ora, o presidente da República não integra os quadros funcionais da Apex Brasil para que houvesse incidência estatutária a si. A prerrogativa do presidente da República se insere no âmbito de discricionariedade própria que lhe é imanente, tanto como chefe de Estado quanto como chefe de Governo”, disse a AGU.