Frederick Wassef deixou a defesa de Flávio Bolsonaro reconhecendo que sua permanência no caso havia se tornado tóxica para o primeiro filho. O anúncio ocorreu no domingo, 24 horas depois de o próprio Wassef ter atrelado seu futuro nas investigações de Fabrício Queiroz — preso na casa do advogado em Atibaia (SP) — ao de Jair Bolsonaro. “Se bater no Fred, atinge o presidente. Eu e o presidente viramos uma pessoa só”, disse Wassef à CNN Brasil no sábado.
Entre a postura determinada de sábado, com que manifestava o desejo de guerrear no processo e permanecer como defensor jurídico do clã presidencial, e o anúncio no domingo, o aparecimento da empresária Cristina Boner, ex-mulher, amiga e sócia de Wassef, no noticiário foi visto por interlocutores do Planalto como o grande motivador da saída. Em abril de 2019, VEJA narrou detalhes da relação de Fred com Bolsonaro e mostrou como a empresária havia vendido um Land Rover a Bolsonaro a um preço camarada, em 2015.
Quem conhece Wassef diz que a lealdade dele a Bolsonaro é enorme, mas a relação com Cristina é outro negócio, de devoção. No fim de semana, uma reportagem do Uol levantou contratos de 41 milhões de reais da empresa de Cristina com o governo Bolsonaro. A saída de Wassef da defesa de Flávio tenta afastar os holofotes de suas relações pessoais.
Wassef deixou a defesa de Flávio no caso das rachadinhas da Alerj, mas nada disse em relação ao próprio Bolsonaro e o filho Carlos. O vereador também conta com os préstimos de Wassef no caso em que é investigado por abrigar funcionários fantasmas na Câmara do Rio.