O papel da Itaipu na renegociação do velho tratado entre Brasil e Paraguai
Empresa vai subsidiar com dados o Itamaraty, que tem a missão de rever acordo de 50 anos, próximo a expirar
A empresa binacional que gere a usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu, fronteira entre o Brasil e o Paraguai, vai subsidiar o Itamaraty na missão de renegociar o Anexo C do Tratado de Itaipu, que expira em 2023 após 50 anos em vigor. Nesta terça-feira, Lula foi ao país vizinho para a posse do novo presidente paraguaio Santiago Peña.
“A Margem Esquerda (como é conhecida a gestão brasileira da Itaipu) informará ao Ministério das Relações Exteriores todos os parâmetros técnicos que envolvem os temas previstos no Anexo C, que correspondem, sobretudo, às bases financeiras da Usina”, diz a Itaipu em nota ao Radar.
“Esses são os parâmetros essenciais que subsidiarão a diplomacia brasileira, a quem cabe avaliar a complexidade dos interesses soberanos do Brasil em uma conjuntura de integração regional latino-americana, bem como do reposicionamento do Brasil na agenda global, de acordo com a política externa brasileira preconizada pelo atual governo”, seguiu.
O Brasil tem direito a 50% da energia produzida pela usina e pode comprar o que não é consumido pelo Paraguai. Uma das intenções do novo presidente paraguaio, como disse em entrevista a VEJA, na edição que está nas bancas, é de reaver a política de venda de energia somente ao Brasil.
“Nós consumimos apenas uma parte disso, e o restante somos obrigados a comercializar com o Brasil. Embora a compra compulsória do excedente paraguaio tenha garantido o pagamento da nossa dívida, chegou a hora de adotarmos um sistema de livre comércio, praticando preços mais altos”, disse Peña.