Há pouco mais de dois meses, o Radar mostrou que a dívida da Venezuela com o Brasil se aproximou da marca de 1,6 bilhão de dólares no último dia 31 de maio, 11 meses após a instalação de uma mesa de negociações para “reprogramar o pagamento”, como afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após a visita de Nicolás Maduro no fim de maio do ano passado.
Em julho de 2023, os venezuelanos deviam cerca de 1,3 bilhão de dólares, referentes a operações de financiamento às exportações de bens e serviços por empresas brasileiras. Nesse período, portanto, o calote aumentou em 300 milhões de dólares — o equivalente a aproximadamente 1,6 bilhão de reais, na cotação atual.
E o valor da dívida não para de aumentar. Somente em junho e julho, quase 75 milhões de dólares (cerca de 410 milhões de reais) se somaram ao total devido pelo país vizinho. Desde então, a relação do Brasil com o governo venezuelano “ficou deteriorada”, nas palavras do presidente Lula, por causa da situação política após as eleições do último dia 28 de julho.
Questionado pelo Radar, o Ministério da Fazenda informou nesta semana que “o processo de reconciliação permanece em curso” e que a dívida, até 31 de julho, era de 1.674.171.194,23 dólares. Desse total, 1,257 bilhão estavam em atraso e 416,1 milhões eram dos juros de mora. Além disso, havia aproximadamente 17,8 milhões de dólares a vencer.