O desdobramento da Lava-Jato que levou à prisão de figuras como o secretário de Transportes de São Paulo, Alexandre Baldy, nesta quinta-feira é resultado da delação de ex-diretores da organização social Pró-Saúde, que administrou entre 2010 e 2017 o Hospital de Urgência da Região Sudoeste (HURSO), em Goiânia.
Segundo os investigadores do MPF, os empresários delatores contaram que suas empresas eram contratadas em razão “do comando ou da influência que os investigados exerciam nos órgãos”, e, em troca, pagaram altas quantias de dinheiro em espécie ou até mesmo através de depósitos bancários.
Além de Baldy, outros agentes públicos, como o pesquisador da Fiocruz Guilherme Franco Netto, são alvo da operação.
Também de acordo com o MPF, a Receita Federal e a UIF, antigo Coaf, apontaram operações suspeitas que indicam a possibilidade de utilização do núcleo familiar de investigados para ocultar os valores oriundos dos crimes de corrupção, peculato e organização criminosa. Foram ainda identificadas inconsistências nas informações fiscais dos investigados.
Além das prisões e buscas, o MPF solicitou e a 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro determinou o bloqueio de bens em valores que ultrapassam 12 milhões de reais.
Atualização, às 11h23: “A Pró-Saúde informa que, desde 2017, tem colaborado de forma irrestrita com as investigações e vem adotando ações para o fortalecimento de sua integridade institucional”.