Oposição vai ao STF e ao TSE contra fala de Bolsonaro a embaixadores
Presidente dobrou a aposta nos ataques às urnas nesta segunda-feira durante uma reunião com embaixadores em Brasília
Parlamentares de oposição a Jair Bolsonaro acionaram o STF e o TSE contra as falas do presidente durante reunião desta segunda com embaixadores em Brasília. Bolsonaro voltou a colocar em dúvida a segurança das urnas.
Deputados do PT, PDT, PSB, PSOL, PCdoB, Rede e PV registraram na manhã desta terça uma notícia crime contra o presidente no STF por ameaças ao estado democrático de direito. Segundo os congressistas, não é a primeira vez que o presidente tenta deslegitimar o processo eleitoral brasileiro, numa prática que configura tanto crime eleitoral quanto crime de responsabilidade.
“A reiterada prática configura crime contra as instituições democráticas, crime de responsabilidade e crime eleitoral, bem como propaganda eleitoral antecipada e ato de improbidade administrativa”, diz a representação.
Os deputados pedem que seja aberto um inquérito para apurar as ameaças de Bolsonaro à democracia ou o crime de incitação das Forças Armadas contra o TSE. Também pleiteiam o envio da representação ao TSE para que seja apurado crime de propaganda eleitoral antecipada e abuso de poder político e econômico, dado que o presidente estaria utilizando a estrutura do Planalto para propagar as suas acusações.
Por fim, pedem a abertura de um inquérito para investigar indícios de improbidade administrativa. A representação é assinada por dez deputados, entre eles o líder da minoria, Alencar Santana Braga (PT-SP).
A oposição ao presidente no Senado também reagiu aos ataques de Bolsonaro. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) entrou com representação no TSE para que o presidente seja condenado por propaganda eleitoral irregular, além de o seu partido, o PL, ser obrigado a publicar desmentidos sobre as declarações de Bolsonaro veiculadas pela TV pública.