Os números da ferramenta de espionagem da “Abin paralela”, segundo a PF
Perícias nos dados da "First Mile" identificaram a realização de 60.734 monitoramentos em cerca de dois anos; 21.309 retornaram respectivas geolocalizações
Nas investigação sobre a chamada “Abin paralela” do governo Bolsonaro, a PF apontou que perícias nos dados da ferramenta de espionagem “First Mile” identificaram a realização de 60.734 monitoramentos em pouco mais de dois anos — entre os dias 6 de fevereiro de 2019 e 27 de abril de 2021.
Deste total, ainda segundo a representação policial reproduzida na decisão do ministro Alexandre de Moraes que autorizou a operação deflagrada nesta segunda-feira contra Carlos Bolsonaro e outros alvos, “somente 21.309 retornaram as respectivas GEO localizações”.
Ainda de acordo com a investigação da PF que consta no despacho do ministro do STF, “o uso do sistema FIRST MILE em outubro de 2020, período eleitoral, apresentou discrepância na distribuição das consultas posto que das 60.734 (sessenta mil, setecentos e trinta e quatro) consultas constantes na tabela TARGET, 30.344 (trinta mil, trezentos e quarenta e quatro consultas) foram realizadas no período eleitoral de 2020”.
A investigação diz respeito à apuração da utilização do sistema que tem capacidade de realizar monitoramento de dispositivos móveis sem a necessidade de interferência e/ou ciência das operadoras de telefonia, portanto, sem a necessária e imprescindível autorização judicial, por parte da Abin.