Pazuello assume atos na Saúde: Bolsonaro ‘nunca me deu ordens diretas’
Famoso pela fala "um manda e o outro obedece", o ex-ministro negou ter recebido ordens do presidente
Em uma das primeiras respostas ao relator Renan Calheiros na CPI da da Pandemia no Senado, nesta quarta-feira, o general Eduardo Pazuello afirmou que nunca “recebeu ordens diretas pra nada” do presidente Jair Bolsonaro. Assumiu, portanto, a autoria de todos os atos no seu período à frente do Ministério da Saúde.
A declaração ocorreu depois que Calheiros o questionou se sua nomeação deu-se sob a condição de cumprimento de alguma ordem específica, como a recomendação de tratamento precoce para Covid, como cloroquina ou outro medicamento.
“Em hipótese alguma. O presidente nunca me deu ordens diretas pra nada”, declarou Pazuello.
O mesmo Pazuello, no entanto, disse o contrário há quase sete meses, em 22 de outubro do ano passado. Em uma transmissão ao vivo ao lado de Bolsonaro, o então ministro da Saúde proferiu a célebre afirmativa:
“É simples assim: um manda e o outro obedece”.
No dia anterior, o presidente desautorizou o subordinado e determinou o cancelamento do protocolo de intenções de compra de 46 milhões de doses da vacina CoronaVac. Pazuello havia anunciado a medida em uma reunião com governadores.