PDT vai à PGR contra sigilo sobre reuniões de Bolsonaro com pastores
Partido de Ciro Gomes pede que registros das visitas dos lobistas ao Planalto sejam públicos
O PDT protocolou nesta quinta-feira na PGR uma representação contra Jair Bolsonaro por causa da imposição pelo governo de sigilo de 100 anos sobre os encontros do presidente com dois pastores suspeitos de envolvimento num balcão de negócios no Ministério da Educação.
Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura comandariam informalmente junto com o então chefe do MEC Milton Ribeiro um esquema informal de repasse de recursos a cidades de aliados políticos. Em áudios vazados em março, Ribeiro diz aos religiosos lobistas que repasses eram feitos a pedido de Bolsonaro.
O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência decretou na quarta sigilo sobre os registros de visitas dos pastores ao presidente e seus filhos. O PDT pediu a derrubada do decreto de sigilo enquanto estiverem em curso as diligências do inquérito 4.896 no STF, cuja relatora é a ministra Cármen Lúcia e que investiga justamente as denúncias contra Ribeiro no comando da pasta da educação.
Em nota divulgada na noite de quarta, o GSI disse que não houve um “decreto” para instituir o sigilo, mas uma resposta negativa a um pedido via Lei de Acesso à Informação. “Registramos que o controle de acesso ao Palácio do Planalto é aplicado aos visitantes, de forma isenta, indistinta e criteriosa, estejam ou não ‘ocupando’ espaço na mídia”, disse o órgão, que apontou ainda a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais como justificativa para a negativa em fornecer as informações.