A suspeita de que a Câmara atue para interferir na Lava-Jato ganhou um elemento novo.
Heráclito Fortes, deputado que hoje está no PSB e forte apoiador da eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara, apresentou na quinta-feira um projeto de lei, o 2755, que, se aprovado, impedirá um delator de acrescentar informações ou corrigir versões do que disse antes em uma colaboração premiada.
Exatamente o que fez Júlio Camargo.
Beleza.
Na sexta-feira, Eduardo Cunha determinou que o projeto tenha poder conclusivo, ou seja, tenha uma tramitação rápida.
Com isso, o projeto já foi para a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e depois, se aprovado, seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça.
O tal do poder conclusivo determina que, se for aprovado nessas duas comissões, em que Cunha tem o domínio dos votos, o projeto não precisará ir a plenário.
(Atualização, às 22h34: Heráclito Fortes enviou nota para dizer que seu projeto, se aprovado, não terá efeito sobre os acordos de delação já homologados no âmbito da Lava-Jato ou de qualquer outra atualmente em curso nas diversas esferas da Justiça.)