O Radar mostrou no início do governo Lula que o sindicalismo ganharia uma nova força na gestão da Petrobras. A Federação Única dos Petroleiros, a maior associação de trabalhadores do setor no país, deu apoio à eleição de Lula, mas nas últimas semanas tem criticado os movimentos da empresa.
Nesta sexta-feira, a FUP criticou duramente o anúncio feito pela Petrobras de que não iria rever a venda de ativos promovidas pela gestão de Jair Bolsonaro que já estivessem adiantados, com contratos já firmados.
São cinco ativos nessa fase de negociação: a fábrica de lubrificantes Lubnor, no Ceará, e campos de petróleo no Espírito Santo e no Rio Grande do Norte. As demais vendas, em fase ainda preliminar, estão suspensas para análise.
Segundo a FUP, a gestão lulista na Petrobras tem tido dificuldade em reverter negócios do comando anterior. Os trabalhadores alertam para a quantidade de gestores alinhados com o bolsonarismo no comando da empresa.
“O governo Lula precisa assumir a Petrobras. A companhia continua sendo conduzida pela administração bolsonarista, que corre contra o tempo para tocar a privatização de ativos”, afirma o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
A FUP reclama que em quase três meses do atual governo, ainda foi possível empossar a sua nova diretoria, indicada pelo novo presidente, Jean Paul Prates. “Até lá, permanecem no comando da companhia diretores e conselheiros da gestão anterior, embora já tenha quase três meses de governo Lula”, diz Bacelar.