PGR jogou no lixo 349 horas de investigações da CPI da Pandemia
Do gabinete paralelo ao boicote a vacinas, passando pela corrupção em contratos da Saúde e a aposta na cloroquina; procuradoria livrou todo mundo
Em quase seis meses de investigações, a CPI da Pandemia promoveu 349 horas de depoimentos transmitidos ao vivo que chocaram o país ao revelarem uma série de atos temerários do governo durante a pandemia.
Parentes de vítimas choraram ao vivo a saudade de seus familiares. Ministros do governo de Jair Bolsonaro tornaram-se investigados por atuarem de modo a agradar o presidente e não seguindo orientações da ciência. Quem não fez o serviço sujo, foi exonerado. A lista de barbaridades foi grande.
A opção por boicotar deliberadamente a compra de vacinas, o atraso na negociação de imunizantes da Pfizer — quando o mundo lutava para conseguir as doses –, as mortes por falta de oxigênio em Manaus, as tentativas de boicotar a contagem de mortos da pandemia, os contratos superfaturados do Ministério da Saúde negociados por pastores amigos de Jair Bolsonaro e a primeira-dama Michelle, o gabinete paralelo do Planalto dedicado a espalhar desinformação sobre a doença que matou quase 700.000 brasileiros…
Um deputado aliado de Bolsonaro foi ao Alvorada denunciar diretamente ao presidente um esquema de corrupção na compra de vacinas da Índia. Bolsonaro esbravejou e acusou o deputado Ricardo Barros, líder de seu governo, mas nada fez. Os documentos vieram a público, um servidor do Ministério da Saúde revelou a fraude, apontou envolvidos, mas tudo isso hoje virou história com os pedidos de arquivamento da PGR nesta segunda.