Polícia aciona Twitter após conta de Eduardo Leite ser invadida três vezes
Comarca de Porto Alegre emitiu ordem judicial para quebra telemática dos acessos à conta do governador
As sucessivas invasões à conta no Twitter do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, geraram um inquérito da Polícia Civil. O delegado André Lobo, da delegacia especializada em crimes cibernéticos, pediu ao TJRS a quebra telemática dos acessos à conta do governador a fim de encontrar movimentações fora do padrão.
Antes do terceiro e último ataque neste mês, em 24 de janeiro, a Comarca de Porto Alegre já havia emitido uma ordem judicial para o Twitter revelar os endereços de IP dos computadores que acessaram a conta do governador gaúcho. A empresa ainda não respondeu ao pedido da Justiça, mas de acordo com o delegado da PC, o tempo de resposta ainda está dentro da normalidade em pedidos de quebra telemática.
Em janeiro, a conta foi hackeada nos dias 6, 10 e 24. Em todos os ataques, uma característica em comum: a localização da conta é modificada para o Líbano. Na primeira vez, o governador disse que havia sofrido uma tentativa de extorsão.
“Aparentemente tinha sido ‘sequestrada’ com a tentativa de nos forçar a comprar um domínio de internet antigo que já tive”, disse Leite, na primeira semana de janeiro.
No dia 10, a foto do perfil foi trocada pelo retrato de duas xícaras de chá e, na última invasão, o hacker escolheu a imagem de uma atriz pornô vestindo uma camisa da Argentina. A equipe de Eduardo Leite está novamente com o controle do acesso do Twitter, mas optou desta vez, por não retomar o uso da conta, nem colocar foto ou nome no perfil do governador. A ideia é se certificar de que não ocorra uma nova invasão.
Um interlocutor de Eduardo Leite diz que técnicos do Piratini já sabem como a conta foi acessada. Apesar de contar com o suporte da empresa de tecnologia para retomar os logins, há uma reclamação interna sobre o tratamento recebido pela equipe do governador em conversas com o Twitter, já que se trata de uma autoridade. De dentro do governo, suspeita-se que funcionários ou prestadores de serviço da plataforma possam ter facilitado as invasões.
A Polícia Civil não descarta a hipótese, mas também não corrobora com a teoria. Seria algo fora do comum, segundo o delegado André Lobo. Em geral, os ataques ocorrem por vulnerabilidades de quem gerencia o perfil. Seja pelo acesso em redes de internet pública, falta de verificação em dois fatores ou outras falhas de segurança.