PRF rebate deputado de CPI que viu crime em despejo de sementes com MST
Messias Donato sugeriu que ação poderia configurar improbidade e peculato; diretor-geral da corporação diz que Ibama e Incra pediram apoio
O diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Souza Oliveira, defendeu, em ofício à CPI do MST, a legalidade de uma ação em que agentes da corporação fizeram um voo de helicóptero para despejar quatro toneladas de sementes da palmeira juçara em Quedas do Iguaçu (PR) em parceria com os sem-terra, o Ibama e o Incra.
A semeadura aérea, destinada à recuperação da Mata Atlântica, ocorreu em 7 de junho, durante a Semana Mundial do Meio Ambiente, em uma área de 67 hectares de reserva legal da comunidade de reforma agrária Dom Tomás Balduíno e nas encostas do Rio Iguaçu e da represa da Usina de Salto Osório.
Oliveira respondeu a uma requisição de informações de Messias Donato (Republicanos-ES). Integrante da CPI do MST, o deputado disse causar “espanto” que “a estrutura da Administração Pública esteja a serviço de uma organização clandestina” e sugeriu que a operação poderia configurar improbidade administrativa e peculato.
No documento recebido pela comissão, o diretor-geral da PRF afirmou que os agentes executaram o serviço a partir de um pedido de apoio oficializado pelas superintendências do Ibama e do Incra no Paraná, com “respaldo acadêmico e científico” da Universidade Federal da Fronteira Sul.
A missão demandou 9h02 de voo, a um custo estimado de 8.058,09 reais por hora, ou seja, 72.791,41 reais no total. O combustível do helicóptero, de modelo AW 119 Koala, e a diária dos quatro agentes da PRF foram pagos pelos órgãos organizadores da ação, disse Oliveira.