PSB tenta manter secretarias do Ministério da Justiça com Lewandowski
Líder do partido pede a Lula permanência de Ricardo Cappelli, Elias Vaz e Tadeu Alencar se ex-ministro do STF substituir Flávio Dino
O PSB recorreu diretamente a Lula para tentar manter o controle sobre três secretarias do Ministério da Justiça e Segurança Pública se Ricardo Lewandowski for nomeado para substituir Flávio Dino à frente da pasta. Nesta quarta-feira, às 11h, o presidente receberá os dois no Palácio do Planalto em reunião que pode selar a escolha do ex-ministro do STF para o cargo.
Braço-direito de Dino, o secretário-executivo Ricardo Cappelli assumiu funções de destaque no ano passado, notadamente no comando da intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal depois dos ataques de 8 de janeiro e na coordenação das polícias federais com as forças de segurança do Rio de Janeiro.
Os outros dois quadros que o PSB quer manter no ministério são o secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, e o secretário de Assuntos Legislativos, Elias Vaz.
O líder do PSB no Senado, Jorge Kajuru (GO), afirmou a Lula em audiência no Palácio do Planalto na terça-feira que toda a executiva nacional e toda a bancada do partido no Congresso querem que o ministério “continue tendo homens importantes e confiáveis” como Cappelli, Alencar e Vaz.
“Tem uma dúvida sobre (o Lewandowski). A princípio ele manifestou que manteria a equipe do Flávio Dino com ele, que ele não levaria nem secretária com ele, ninguém”, disse Kajuru ao Radar. “De repente, agora, veio outra informação, que ele não aceita ninguém do PSB e só aceita gente do PT. Então, agora a bola tá com o presidente Lula para resolver isso. Eu fiz a minha parte”, acrescentou.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que o apoio da legenda ao governo é “de natureza política, e não fisiológica”.
“Em vários postos temos quadros excepcionais que servem ao governo e ao nosso país e realizam um bom e eficiente trabalho. Lá há uma equipe de bons e eficientes quadros do partido. Se o presidente deseja nomear outros para essa área tão sensível (do Ministério da Justiça e Segurança Pública), é um direito e responsabilidade dele”, disse.