Na sua primeira disputa para Prefeitura após o inchaço resultado de seu maior triunfo – a chegada de Jair Bolsonaro ao Planalto -, o PSL irá disputar apenas 13 capitais com candidatos próprios.
Rachado e sem contar mais com o presidente nas suas fileiras – ele deixou a legenda -, quase ninguém desses 13 municípios terá o apoio do grupo ligado a Bolsonaro, que, na maior parte desses estados, estão fechados com outros candidatos de outras agremiações.
Alguns exemplos.
No Rio, o deputado federal Luiz Lima disputa a prefeitura da capital sem a adesão de Bolsonaro e de seus filhos. Se esse fator a essa altura ajuda ou atrapalha é outra história. Lima é um defensor do governo. Briga em comissões da Câmara com petistas – foram vários embates com Maria do Rosário, para citar um – e em discursos em plenário. Tudo pela gestão do atual ocupante do Planalto. Mas a recíproca não é verdadeira. Os Bolsonaro estão na canoa – furada ou não o tempo dirá – de Marcelo Crivella.
Joice Hasselmann, em São Paulo, nem em sonho terá Bolsonaro e seu grupo em seu palanque. É a ponta de lança da divisão do partido com o governo. Seu depoimento na CPMI das Fake News foi fundamental para tornar público o “gabinete do ódio” instalado no Planalto. O capitão e sua turma vão de Celso Russomanno, aquele bom de partida, mas ruim de chegada. Quem sabe agora vai. Ou não.
Fernando Francischini é outro que deseja reatar com Bolsonaro. Candidato a prefeito de Curitiba, o hoje deputado estadual – que já foi dos mais próximos ao “capitão” – se distanciou. Aderiu cedo a Bolsonaro, ainda na campanha, mas também se afastou de forma prematura, antes mesmo da própria eleição de 2018. Algo que os afasta: Francischini é “lavajatista” empedernido. Já Bolsonaro… Vide o fim que levou sua aproximação com Sergio Moro.
Outro desafeto do presidente é o “prefeitável” Heitor Freire, candidato em Fortaleza. Também ligado ao grupo do presidente do partido, Luciano Bivar, o deputado federal foi apontado como o responsável por ter divulgado um “grampo”, ao gravar uma conversa telefônica com Bolsonaro. Freire sempre negou, mas a turma do Planalto nunca acreditou. Não se provou ao final. De qualquer maneira, mas o mal-estar ficou.
Com ou sem Bolsonaro a seu lado, os dirigentes do PSL irão trabalhar, claro, para conquistar maior número de prefeituras possíveis e se consolidar como uma legenda vinculada ao liberalismo econômico e a livre iniciativa.
O partido disputará as eleições com candidatos próprios em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Velho, Boa Vista, Palmas, Macapá, Goiânia, Cuiabá, Recife, Natal, Fortaleza e Campo Grande.
Segundo o TSE, entre 2008 e 2012, o PSL aumentou em 20% o número de candidatos a prefeito. Em 2016, o acréscimo foi de 25,8%. Este ano, o número se aproxima dos 60% a mais em relação à disputa de quatro anos atrás, com 998 candidatos aprovados em convenção. Os dados finais ainda estão sendo analisados pelo TSE.