A praticamente um mês das eleições, o TSE tem divulgado quanto cada candidato já recebeu em doações de campanha.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) é o nome que mais ganhou recursos de pessoas físicas e, apenas contando os doadores individuais, já recebeu quase 8 milhões de reais.
O doador responsável pelo maior aporte é o produtor rural Oscar Luiz Cervi, gaúcho “radicado” no Mato Grosso do Sul desde a década de 1980. Dono de plantações de soja, milho e algodão, Cervi é um dos maiores produtores de grãos do país e doou 1 milhão de reais à campanha de Bolsonaro, segundo o TSE.
Ausente das principais redes sociais, o ruralista pouco aparece em buscas na internet — quase nada a seu respeito é encontrado em uma rápida vasculhada na rede.
Em 2004, descobre-se que Cervi foi homenageado pela Bunge na categoria ‘Parceria’ em uma premiação que agraciou empreendedores especializados em “produzir riquezas e trazer divisas para o país”.
Uma procura mais a fundo no Portal da Transparência mostra que os laços de Cervi com o governo federal não são de hoje.
O produtor recebeu — apenas em seu CPF — 14 milhões de reais do Ministério da Agricultura durante os governos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), entre 2014 e 2018.
Grande parte dos recursos, quitados pela Companhia Nacional de Abastecimento, foram a título de “Subvenção econômica para garantia e sustentação de preços na comercialização de produtos agropecuários”.
Demais doadores
Com o repasse de 1 milhão de reais, Oscar Luiz Cervi ultrapassou Nelson Piquet na lista de maiores doadores de Bolsonaro — o ex-piloto havia doado 501.000 reais.
O ranking, inclusive, é formado quase que inteiramente por ruralistas. Das dez maiores doações de pessoa física, só a de Piquet não foi feita por um nome do agro, expoente que apoia fortemente a candidatura do ex-capitão.
No total, a candidatura de Jair Bolsonaro já soma 17,98 milhões de reais em doações — sendo 8 milhões de reais o montante recebido de doadores individuais e 10 milhões de reais advindos da direção do seu partido, o PL.